Pai, o burro de carga

Desde o dia nove deste mês que estou novamente apaixonado. A minha filhota é das coisas mais lindas que eu já vi e não me canso de olhar para ela. Mas apenas olhar, e fazer umas festinhas porque as coisas mais complexas estão eternamente reservadas a mães e avós, essas sim, pessoas com muito mais experiência e “know-how” do que os homens, esses “imbecis” que só sabem ver futebol, beber cerveja e dizer coisas parvas. “O que é que eles percebem de crianças?”; “São todos iguais!”; “Não fazem nada de jeito…” A “profissão” de pai, ao contrário da maravilha que muitas pessoas pensam é uma coisa algo ingrata, pois a magia do novo rebento é algo que nos passa um pouco ao lado. Claro que a minha experiência não é muito superior a uma semana, mas todas as coisas que vi durante estes dias, só me ensinaram que o pai está apenas reservado a funções como carregar malas e sacos, montar as cadeiras e outros acessórios no carro e observar a filha, aproveitando para tirar fotografias. Se a bebe chora, o pai não serve para ver o que se passa, uma vez que passados poucos segundos já estão as pessoas todas de volta do bebe e, de preferência, até se empurra o pai porque só está ali a empatar, “raio dos homens”! Se tentamos ficar uns segundos a sós com o novo rebento (que até demonstra gostar muito mais da nossa voz, do que da do resto das pessoas), o mais natural é passados poucos segundos haja duas ou mais pessoas de plantão a olhar para nós. Não sei se é para partilhar o momento, ou se é apenas para verificar se estamos a fazer as coisas como deve ser. Uma pequena festa na cara do bebe pode ser presenteada com um empurrão na mão, uma vez que os pais não percebem nada disto e podem fazer mal aos bebes. As avós é que sabem, mas esquecem-se que já houve casamentos que acabaram precisamente por causa disso. O principal motivo da sua existência passam a ser os filhos e perde-se a relação que é essencial para que um casal se entenda. Perde-se a paixão, perde-se o amor, perde-se o carinho e claro que a culpa… é dos homens! Já me tinham dito que a vida muda completamente, mas eu pensava que o que mudava eram outras coisas...

P.S. – Peço desculpa por não incluir nenhuma foto, mas não me sobraram mãos quando saí carregado da maternidade.