Já podemos dizer que estivemos a morar no Parque das Nações durante uns dias, uma vez que o primeiro quarto da Raquel era o 3.09 da Clínica CUF Descobertas. Gostava de aproveitar este cantinho para agradecer a gentileza de todas as pessoas que lá trabalham e o carinho demonstrado por algumas delas, desde a enfermeira Rosa à Sra. da papelaria, que não cheguei a saber o nome. As e os auxiliares eram fantásticos e se não fosse uma enfermeira que lá andava com ar de reparição de finanças, tudo tinha sido perfeito. Tanto eu como a João gostámos imenso dos primeiros dias da Raquel passados neste Hotel, perdão Clínica, e agradecemos o facto de nos term tratado tão bem. Obrigado!
Com a chegada da Raquel, houve montes de coisas que tanto eu como a João tivemos de fazer e às quais tivemos de nos habituar, pelo que passámos algumas noites em branco. No entanto, por isso mesmo, tive a oportunidade de assistir ao nascer do sol naquela zona de Lisboa e vale bem as horas a pé. Lembrei-me montes de vezes da música "Joaninha, bem vinda..." dos Da Weasel, uma vez que o pacman refere estar junto ao Parque das Nações, na altura em que nasceu a sua sobrinha. (Já agora, a música é mesmo linda, quem não conhecer, faxavor de para de ler e ir ouvir). A Raquel começou assim a ver a luz do dia com uma fantástica vista para o Tejo e para as coisas boas que a vida lhe poderá oferecer. Espero que eu lhe consiga mostrar muitas outras.
Da Weasel
Joaninha (bem-vinda!)
13 de Novembro, 4 da tarde, faz frio lá fora
o ano é 2002, acho que já te disse a hora
o lugar é Lisboa ao pé do Parque das Nações
o mundo é teu, já te explico as razões, e senões
deste lugar onde vieste parar sem saber como
sê bem-vinda ao jardim, eu serei o teu mordomo
eu sou o gajo do chapéu azul-bébé como tu
no meio da confusão que luta pelo teu olhar nu
não nos leves a mal mas deixaste-nos perplexos
tens vinte minutos de vida e fazes estragos complexos
com essa língua de fora e os olhitos bem rasgados
hás-de dar dores de cabeça até aos mais preparados
como o teu pai que tá histérico, vestido como um doutor
esse a quem agora tiraste toda e qualquer dor
há de stressar contigo vezes sem conta, acredita
o amor é um gajo estranho, às vezes até irrita
por isso vai-te habituando a ter muita paciência
somos todos complicados e é preciso ter experiência
para atinar neste planeta a quem chamaram Terra
sem darmos bem por isso aí vem mais uma guerra
Vivemos na tuga, um país que até é bem tranqüilo
Se me dessem a escolher não dava um vacilo
Não é perfeito nem nada que se pareça
Ainda depende de nós para que muito aconteça
Acaba por ser porreiro porque te dá motivação
Não temos nada garantido na palma da nossa mão
Há mesmo sítios onde a esperança quase já não existe
O que vale é que há sempre alguém que resiste
E insiste em fazer a diferença para melhor
Dá tudo por tudo com muito sangue, suor
Com tanta pressa que tiveste para cá chegar
Só posso acreditar que tenhas muito para nos dar
Pareces-me rebelde e é mesmo isso que se quer
És joaninha de nome mas já vejo uma mulher
Venha o que vier o amor é incondicional
Podes contar comigo quando tudo te parecer mal
É natural, quer dizer que não andas a dormir
Não há nada pior nesta vida do que não sentir
Queria dizer-te tanta coisa, mas ainda nem me vês
E o tempo há-de trazer todos os teus porquês
Há bocado fiz umas contas e senti-me mal
Quando tiveres dezoito anos eu vou ter quarenta e tal
Tenho medo de não perceber o teu mundo nessa altura
Mas o feeling que sinto não é sol de pouca dura
E por muito cota e datado que te possa parecer
Fui e sou mais janado do que gostava de ser
Por isso tá à vontade, manda vir que eu aguento
No mínimo posso tar, se calhar, um pouco lento...